sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Fecundação e Desenvolvimento Embrionário do Ouriço do Mar

  Esta actividade laboratorial, realizada nas aulas laboratoriais da disciplina de Biologia, teve como objectivo observar a junção dos gâmetas sexuais do ouriço-do-mar, ou seja, conseguir observar a fecundação. Para além disso, tínhamos ainda o objectivo de conseguir acompanhar o desenvolvimento embrionário deste zigoto.
   Os ouriços-do-mar são animais que podem ser encontrados em zonas rochosas, e alimentam-se de algas, plantas marinhas e pequenos organismos. Estes são ainda animais equidermes (pertencem ao Filo Echinodermata) pois apresentam um corpo arredondado coberto por espinhos móveis. A sua reprodução é sexuada, ou seja, uma reprodução com participação de gâmetas femininos e masculinos, que são células haplóides. Eles possuem sexos separados e a fecundação é externa, ou seja, ocorre, nestes animais, na água, os machos libertam os espermatozoides e as fêmeas libertam os óvulos. Os óvulos produzem uma substância química que atraem os espermatozoides da mesma espécie, o que impede a fecundação do mesmo por espermatozoides de outras espécies. Na água um espermatozoide fecunda um óvulo, não há fecundação de um óvulo por mais que um espermatozoide, ou seja, não há polispermia, dando origem, deste modo, a um ovo. A partir deste desenvolvem-se larvas que se deslocam para junto da superfície da água. Passado algum tempo, estas vão para o fundo e transformam-se em equidermes adultos.
  O desenvolvimento embrionário do ouriço-do-mar inicia-se no ovo e termina na larva pluteus, o seu desenvolvimento é indirecto, visto que as larvas se transformam na forma adulta por conta própria. Este desenvolvimento ocorre num período de tempo muito curto devido á quantidade de material de reserva existente no ovo.
  Existem 3 principais etapas no desenvolvimento embrionário a segmentação, a gastrulação e a organogénese. Na etapa da segmentação ocorrem sucessivas divisões celulares, 2,4,8 blastómeros, demorando entre 103 a 145 minutos. De seguida os blastómeros organizam-se de modo a formar a blástula, isto acontece 6 a 10 horas depois da fecundação. No final desta etapa rompe-se a membrana de fecundação e é libertado o embrião.
   Há, de seguida, a etapa da gastrulação onde são formados dois folhetos embrionários, a ectoderme e a endoderme, rodeando esta o intestino primitivo. O tecido embrionário vai participar na formação do esqueleto, construindo-se a partir do mesmo o terceiro folheto embrionário. Esta etapa fica finalizada com a formação da Gástrula (12-20 horas após a fecundação).
   A última etapa deste desenvolvimento é a organogénese, durante esta ocorre a diferenciação dos tecidos, e termina com a larva no estado larva pluteus (24-48horas depois da formação do ovo).

Figura 1- Desenvolvimento embrionário

A- Óvulo; B- Ovo fecundado; C- Inicio da segmentação;  D- Dois blastómeros; E- Quatro blastómeros; F- Quatro blastómeros; G- Oito blastómeros; H- Mórula; I- Blástula; J- Gástrula; L- Larva pluteus.

Metodologia

-Observação de gâmetas femininos e gâmetas masculinos;

Figura 2- Gónadas femininas de um ouriço
-Observação do processo de fecundação;


Figura 3- Penetração do espermatezoide no óvulo


-Observação das primeiras etapas do desenvolvimento embrionário.
Figura 4- Desenvolvimento embrionário
A- Ovo ou Zigoto; B- mórula ; C- dois blastómeros ; D -  Mórula ; E- Blástula ; F- Gástrula ;      G- Paramécia em cissisparidade (reprodução assexuda); H- Larva plutues.


Material

  • Microscópio (MOC)
  • Seringa
  • Conta gotas
  • Pinça
  • Tesoura
  • Agulha de dissecação
  • Vidros de relógio
  • Lamelas
  • Lâminas escavadas
  • Tinas
  • Água destiladas
  • Esguicho
  • Luvas
  • Papel de limpeza
  • Etiquetas
  • Solução do cloreto de potássio

Conclusão/Discussão



   Neste vídeo é exemplificado o procedimento para a obtenção dos fluídos sexuais. Primeiramente, injetou-se cloreto de potássio na membrana do perístoma (zona perto da boca) - para que os ouriços libertassem os seus gâmetas – de seguida virou-se o ouriço com a boca para baixo. Passado um tempo, observam-se líquidos branco (macho) e vermelho(fêmea).


Neste vídeo está representada a fecundação, junção de um óvulo com um espermatozoide. Consegue-se destacar a membrana de fecundação que se forma logo após a penetração do espermatozoide no óvulo. Para além de visualizarmos a fecundação assistimos ainda á divisão celular. Passado algum tempo ocorre a primeira divisão do ovo em duas células (dois blastómeros) e, por fim, o ovo divide-se em quatro blastómeros.

  Na actividade experimental foi possível concluir que os óvulos dos ouriços-do-mar têm uma forma esférica e cor encarnada, também não foi possível observar o núcleo do óvulo, possivelmente por questões de ampliação e também coloração. Relativamente aos espermatozóides, foi também possível verificar que os espermatozóides são aproximadamente 14 vezes inferiores aos óvulos em termos de tamanho e o número existente bastante superior, em comparação com os óvulos. Concluiu-se que, após a penetração do espermtozoide no óvulo, formou-se a menbrana de fecundação, e foi possivél obsevar as diferenças entre a blástula, gástrula e larva. A blástula difere da gástrula na medida em que a primeira tem forma esférica e inúmeras células no seu interior e a segunda tem uma cavidade no seu interior. É possivel perceber-se que se trata de uma larva em relação a todas as outras etapas pois esta apresenta uma simetria bilateral.
   A segunda parte da actividade foi desapontante a nível de diversos erros cometidos pelo grupo. Em primeiro lugar, aquando da observação da primeira preparação realizada, observou-se que os óvulos tinham sofrido um rebentamento, que terá sido devido a uma mal realização da preparação em que a lamela ao ser colocada provocou um rebentamento dos óvulos. Perante isso foram realizadas novas preparações e conseguimos obter resultados com sucesso, observando a fecundação.
  Em suma, a actividade experimental realizada permitiu-nos focar o tema da fecundação numa perspectiva mais real e apelativa. Embora não tenhamos conseguido ver as larvas formadas, a experiência foi bem-sucedida, uma vez que conseguimos extrair os gâmetas e fazer com que estes se fecundassem. A extracção dos gâmetas foi também um processo bastante enriquecedor e educativo para o grupo, uma vez que tivemos oportunidade de aprender e por em prática técnicas laboratoriais em seres vivos (no caso dessa experiência, ouriços do mar). Existiram algumas limitações, como por exemplo a não sucedida observação das larvas (como já foi referido) bem como a dificuldade na captura dos ouriços e da avaliação do seu sexo, uma vez que a diferença na coloração dos gâmetas não era apreciável, apesar do seguimento rigoroso do protocolo. No entanto, as limitações não impediram a boa realização da experiência pois foi nos possível visualizar com sucesso a maior parte das etapas que queríamos identificar.

Bibliografia
- MARTINS, P; MATIAS, O; (2010). 12.º - Biologia 12 parte 1; Porto: AREAL EDITORES, SA, pp 12-13.
-  http://pt.wikipedia.org/wiki/Equinoderme

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Observação de Cortes Histológicos de Gónadas de Mamiferos



Esta experiência tem como objetivo proporcionar-nos a observação de cortes histológicos de ovários e testículos, com fim de identificarmos as diversas fases da espermatogénese e da oogénese. Nos testículos podemos observar as seguintes estruturas: Túbulos seminíferos, células de Leydig e Sertolli, espermatogónias, espermatócitos I e II, espermatídeos e espermatozoides; Nos ovários podemos identificar as seguintes estruturas: oogónias, folículos primordias, primários, secundários, terciários, de Graff ou Maduro, oócito II e corpo amarelo. Os ovários e os testículos são gónadas, ou seja, são órgãos dos aparelhos reprodutores, respectivamente, feminino e masculino, onde ocorre a produção das células sexuais (nas oogónias e nas espermatogónias, respetivamente). Estas são importantes visto que asseguram a continuidade da espécie. São inúmeras as diferenças entre os ovários e os testículos, contudo, neste trabalho vamos destacar quatro destas. A constituição dos ovários e dos testículos é  diferente, bem como as hormonas produzidas por estes e as respetivas células sexuais. As hormonas produzidas em maior quantidade pelos ovários são a progesterona e o estrogénio e a célula sexual produzida é o oócito II, enquanto nos testículos a hormona que é produzida em maior volume é a testosterona e a célula sexual produzida é o espermatozoide; A sua localização relativa no corpo humano também é diferente, uma vez que os ovários estão no interior do abdómen da mulher e os testículos encontram-se na extremidade do abdómen, no exterior do corpo. Por último, a oogénese (produção de oócitos II), é um processo cíclico e, por outro lado, a espermatogénese (produção de espermatozoides), é um processo contínuo. A oogénese pode ser dividida em várias fases: fase Proliferativa, de crescimento, de repouso e de maturação. De semelhante forma, a espermatogénese também está diferencianda em várias fases: fase de multiplicação, do crescimento, da maturação e espermiogénese. 


Material:
·         Preparações definitivas de ovários humanos e de coelhos
·         Preparações definitivas de testículos humanos
·         Microscópio óptico
Metodologia:
1)     Observaram-se as preparações definitivas de cortes histológicos de ovários e identificaram-se as diferentes fases da oogénese.
2)      De seguida, tiraram-se fotografias a cada uma dessas fases e assinalaram-se as estruturas ,legendando-as.
3)      Depois repetiu-se os passos 1) e 2)  para as preparações definitivas dos testículos.

Imagem 1 - Folículos Primordiais  (Ampliação Total - 400x)
Nesta imagem podemos visualizar os folículos primordiais, visto que contém o oócito I e células foliculares à volta.

Imagem 2 - Folículos Primários  (Ampliação Total - 400x)
Nesta imagem podemos visualizar um folículo primário, pois apresenta um oócito I numa fase incial do seu desenvolvimento.
Imagem 3 - Folículo Secundário (Ampliação Total - 400x)
Aqui podemos visualizar um folículo secundário, uma vez que se nota um considerável aumento do oócito I, verifica-se a presença de uma camada granulosa, e a rodear  o folículo há uma outra camada de células que se designa por teca.

Imagem 4 - Folículo Terciário (Ampliação Total - 400x)
Na imagem acima, podemos visualizar um folículo terciário, porque o oócito I continua a crescer de tamanho e também as células da camada granulosa continuam a proliferar. Para além disso, nesta fase conseguimos observar cavidades foliculares e as duas tecas, a externa e a interna. 
Imagem 5 - Folículo Maduro ou de Graaf (Ampliação Total - 400x)
 Na imagem apresentada podemos visualizar um folículo maduro ou  de Graaf, as cavidades existentes na camada granulosa continuam a aumentar de tamanho até originar uma só cavidade folicular. O oócito I retoma a meiose 1, que concluiu, e inicia a segunda divisão ficando bloqueado em metáfase 2, deste modo o oócito I passa para o oócito II.


Imagem 6 - Gónadas masculinas (Ampliação Total - 400x)
Nesta representação da preparação dos testículos, podemos observar as espermatogónias (1), células caracterizadas por se encontrar na periferia do túbulo seminífero; podemos também observar espermatócitos I (2) e espermatócitos II (3) que se encontram na zona entre o lúmen do túbulo seminífero e a zona periférica do mesmo. Estes diferem um do outro pelo facto de os espermatócitos I serem células diplóides enquanto que os espermatócitos II são células haploides; também representados na imagem estão os espermatídeos (4), células que antecedem os espermatozóides e que se encontram junto do lúmen do túbulo seminífero; por fim visualizamos os espermatozoides (5), os quais apenas podemos observar as caudas (pequenos fios cor-de-rosa) pelo facto de as suas cabeças serem mais pequenas. No entanto, dependendo da sua posição , algumas cabeças podem ser vistas, representadas mais a negro.


Concluindo, esta experiência foi muito gratificante para o grupo, porque, no nosso ponto de vista, permitiu-nos visualizar as gónadas de mamíferos, matéria que nos foi lecionada nas aulas de biologia. Ao longo da atividade deparamo-nos com um problema, não conseguíamos observar folículos primordiais pois não eram visíveis na nossa preparação. Apesar disto foi nos possível atingir os objetivos principais, uma vez que podemos observar este folículo na preparação de outro grupo, tendo, assim, visualizado todas as fases do desenvolvimento do oócito e do espermatozoide. Na nossa opinião foi mais fácil identificar as diferentes etapas de espermatogénese porque apenas foi necessário focar um túbulo seminífero para podermos visualizar essas etapas. Com a realização desta atividade laboratorial, o nosso grupo conseguiu aplicar os conhecimentos adquiridos nas aulas e identificar as diferentes células que conduzem à formação de oócitos II (oogénese) e as que conduzem à formação de espermatozoides (espermatogénese) em gónadas de seres vivos. 




Bibliografia:

Autores: Alexandra, Joana Rocha, João e Paulo Jorge.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

3, 2, 1... Ciência!


Olá a todos , nós somos os alunos: Alexandra Rocha, Joana Rocha, João Silva e Paulo Jorge Pacheco, pertencentes á turma 12º A.
A criação deste blog foi nos proposto pela professora Alexandra Seara, para podermos partilhar com todos, as inúmeras actividades experimentais que iremos realizar ao longo deste ano lectivo 2011/2012  na disciplina de Biologia. Este blog também é um meio de avaliação dessas mesma actividades. 
Esperemos que gostem e que fiquem atentos ás novas postagens.